Pode pedir matérias, criticar, elogiar, ou só falar à vontade: rodrigobcravo@hotmail.com ...ou ainda integrar a equipe de consultores!

21 de julho de 2010

As Lendas da Madeira

Temos o prazer de publicar o seguinte tutorial sobre madeiras, do Luthier João Guilherme, que é pra não sobrar dúvidas! 

"
As Lendas da Madeira e suas características

Hoje, após muito estudo e um bom tanto de prática, vejo muitos luthieres iniciantes e músicos falando erroneamente sobre madeira. Questões como:
_ Madeira clara dá/possui timbre grave/agudo
_ Madeira densa dá/possui timbre grave/agudo
_ Cor da madeira define timbre
_ Madeira X é melhor que madeira Y
_ Madeira X tem mais sustain que madeira Y
_ Para o instrumento ser bom a madeira precisa secar por pelo menos Nanos.

Estas e inúmeras outras questões são levadas como verdades absolutas por algumas pessoas, mal sabem elas que todas são falsas verdades.
Para começar, vamos a uma pequena explanação sobre o comportamento da madeira e algumas de suas características principais e determinantes.
1. A Madeira é um material higroscópico, ou seja, ela absorve e perde água para o ambiente onde está. Logo, o período de secagem não é tão influente quanto a qualidade e condições em que esta secagem foi feita. Uma estufa pode fazer em alguns meses o que a natureza nunca chegaria a fazer ou demoraria décadas.
Isto nos remete à seguinte questão: "Para o instrumento ser bom a madeira precisa secar por pelo menos N anos". FALSO! O que é verdadeiro é o aumento da estabilidade da madeira com o passar dos anos. Quanto mais velha a madeira, mais estável, portanto, mais favorável à construção de instrumentos musicais. No entanto, por mais velha que a madeira seja, não servirá para luthieria se possuir um alto teor de umidade (12% já é um bom patamar, acima de 20% é inútil para luthieria).
2. Madeira não dá som, tira som! A madeira não produz frequências, quem produz é a vibração das cordas, o captador pega estas vibrações e o meio em que ele está, seja madeira, acrílico, alumínio ou qualquer outro material, influencia na transmissão destas ondas. Cada peça de madeira tem características próprias e corta determinadas frequências. Um exemplo clássico é o mogno, que mesmo variando de peça para peça, é rotulado como tendo um favorecimento aos graves. O mogno não favorece as baixas frequencias, na verdade ele corta mais as faixas agudas, fazendo com que a ênfase seja nos médios/graves. Falando de forma simplificada e direta: a madeira funciona como uma espécie de equalizador natural do instrumento. Por isso, algumas combinações de madeiras e alguns tipos específicos raramente se transformam em um bom instrumento.
3. A Densidade da madeira. Há muita gente que relaciona timbre à densidade. Mais uma vez, lenda. A densidade não tem influência direta com tonalidade. Para quem não sabe, densidade é massa dividida por volume. Há diversas características físicas que podem influenciar a tonalidade da madeira, dentre elas, Frequencia de vibração, comprimento de onda, Decaimento logarítmico, posição dos veios, poros abertos/fechados, etc. Não existe uma única característica que prove sua influência direta no som. Vamos aos exemplos:
Madeiras secas a aproximadamente 12%:
Agathis - Densidade em 0,45g/cm³, cor clara à média, som característico: valorização dos agudos.
Mogno - Densidade em torno de 0,65g/cm³, cor mediana, som característico: valorização dos graves.
Basswood - Densidade em torno de 0,4g/cm³, cor clara, som característico: valorização dos médios/graves.
Maple - Densidade em torno de 0,65g/cm³, cor clara, som característico: valorização dos agudos.
Jacarandá - Densidade em torno de 1g/cm³, cor escura, som característico: valorização dos agudos.
Comparando estes exemplos podemos ver que não há influencia de cor e densidade no timbre final das madeiras em geral. Logo:
- Cor da madeira NÃO influencia diretamente no som.
- Densidade da madeira NÃO influencia diretamente no som.
4. Melhor Madeira e Madeira com maior sustain. Aí, novamente entram as lendas da luthieria. Primeiramente vamos ao assunto 'Madeira X é melhor que madeira Y'. Há inúmeras espécies que podemos usar na luthieria, dentro deste limite de espécies que possuem as características necessárias para serem usadas, encontramos um grande preconceito contra as madeiras pouco usuais e um grande favorecimento às clássicas como o maple, mogno, abeto (spruce), alder, ash, etc. Com a prática aprendi que não há uma madeira melhor ou pior (salvo algumas exceções), e sim uma melhor peça de madeira.A escolha da peça a ser trabalhada possui influência infinitamente superior à espécie a qual esta peça em questão pertence.
Agora, finalizando, entramos na questão do sustain. Há uma forma de medição, o Decaimento Logarítmico, que pode indicar peças de maior e menor sustain. Algumas espécies possuem uma leve tendência a possuir um baixo índice logarítmico (quanto menor o índice, maior o sustain). Contudo, novamente, a variação de peça para peça é muito grande. Até mesmo pedaços de uma mesma árvore podem apresentar diferentes significativas. Algumas pessoas preferem dizer que a Les Paul tem sustain maior que a Stratocaster porque a Les Paul é de mogno. Novamente... FALSO! O fator que mais influencia o sustain é o modo de construção. Além disso, existem fatores como captação, ferragens (ponte, tarrachas, etc) e parte elétrica, que influenciam diretamente em todo o som da guitarra, inclusive em seu sustain. Logo, não se pode afirmar que uma madeira por si só, dará um timbre maior que outra. Por falar nisso... só uma curiosidade: O mogno possui decaimento logarítmico um tanto alto (em torno de 0,027 enquanto o jacarandá possui valores próximos a 0,016), portanto ele deveria possuir menos sustain... Então???

Att:
 João Guilherme Penteado - Luthier da Red Fox Guitars. 

fontes:
TELES, R. F. Avaliação Acústica das novas espécies para utilização em instrumentos musicais. Brasília, 2005.
FERNANDES, G. de A. Avaliação de madeiras brasileiras para utilização em guitarras elétricas. Brasília, 2004.
BUCUR, V. Acoutics of Wood. CRC Press. 1995
http://www.ibama.gov.br/lpf/madeira"

E pra falar direto com o João Guilherme,   contato@redfoxguitars.com

Abraço!
Economusic.

13 de julho de 2010

Aproveite a "baixa" do jeito certo.

Pra quem quer comprar:

Já não é de hoje que o dólar está se firmando nos 1,77 ou cerca disso.
Esta cotação, por tanto tempo, baixa o preço de reposição das lojas, então elas podem fazer mais barato.
A hora é de se estimular a concorrência. A sua missão como consumidor é exigir melhores condições, deixando claro para o vendedor que você vai pesquisar em outros lugares.
Por exemplo, estive numa loja de instrumentos em Sorocaba-SP que já tem fama de ser careira, e encontrei uma Epiphone Les Paul Standard por quase 3 mil reais. Dá pra pagar pouco mais de 2 mil numa dessas, sem muito procurar.
Olha a justificativa do vendedor: "Ela está aqui faz tempo e não podemos baixar, pois ela foi comprada no dólar alto."
Estranho, pois quando eu vi esta exata guitarra lá no ano passado, quando o dólar estava mais elevado, ao pedir desconto,
escutei: "Não dá pra baixar, pois o dólar subiu, e temos que vender pensando na reposição."

Abra o olho! Deixe essa guitarra que faça mais aniversários por lá.

Por efeito cascata, o preço dos usados cai também.
Então, num Mercado Livre da vida, pode chorar à vontade nos usados, pois com uma pesquisa rápida na net você encontra fornecedores de equipamento novo por preço bastante atraente.


Pra quem quer vender:


Não é o melhor momento pra se vender, você podia ter se empenhado nisso antes.
Contudo, ainda pode ser uma vantagem, pois com dinheiro na mão você aproveitará a baixa do dólar para comprar bem e seu saldo pode ser positivo.
O segredo é não ter pressa, procure o comprador certo, nos ambientes favoráveis, alguém que precise do que você vende e que valorize o seu produto.

E se você tem algo realmente bom nas mãos, não vá ceder à pressão. Lembre-se que encontrar usado em boas condições é o desafio do comprador, muito maior que o seu desafio de vender.


Boletim de Julho/10
Informou Economusic.
Rodrigo Cravo.

12 de julho de 2010

Eminence Front, The Who

Escuta aí:


Enviada por Tiago Barbosa de Curitiba-PR a seguinte sugestão:
The Who - Eminence Front (1982)



Nesta faixa do Álbum It´s Hard, quem canta é o Pete Townshend
É a única do disco que a banda optou por tocar ao vivo, por ser a única que prestava, segundo Roger Daltrey.
É executada em Fender Telecaster, e não nas Les Paul ou SG, predominantes no set do guitarrista.
Antes de começar, o Pete dizia: "esta música é sobre o que acontece quando se cheira muito pó branco."




Você sabia?


Que Pete Townshend protagonizou o primeiro registro de destruição de guitarra num palco?
Ele sempre foi bastante eufórico ao vivo. 
Em um determinado show, ergueu a guitarra para o alto e a lascou no teto, que era baixo demais. Irritado, começou a martelar a guitarra no chão, para o delírio da platéia (ele era um revolucionário para a época).
Desde então, em todos os shows o povo ficava só esperando ele destruir alguma coisa...



8 de julho de 2010

Agenda 2010







Segundo nosso amigo Fred Schmidt de Curitiba-PR, eis as probabilidades pra este ano:
"
Jorge Drexler - 27 de julho em Floripa
Lionel Richie - 28 de agosto em Sao Paulo e 29 no Rio
Scorpions - 19 de setembro em São Paulo, 21 em Curitiba
Echo & the Bunnymen - 11 de outubro em Sao Paulo
Green Day - 13 de outubro em Poá e 20 em Sao Paulo
Rush - 8 de novembro em Sao Paulo (a confirmar)
Bon Jovi - 8 de novembro em Sao Paulo (a confirmar)
Creedence - dia 20 de novembro em Sao Paulo
Rage Against The Machine - boatos
Paul McCartney - boatos
Smashin Pumpkins - boatos
Yo La Tengo - boatos
"

Só lembrando que este ano teremos um Woodstock Brasil!

"O evento será na Fazenda Maeda, em Itu, cerca de 100 km de São Paulo, nos dias 7, 8 e 9 de outubro(...). Entre as atrações cotadas para o festival estão Foo Fighters, Bob Dylan, Smashing Pumpkins, Rage Against The Machine, Pearl Jam e Limp Bizkit. Segundo informações da A2Media, as bandas Green Day Linkin' Park já estariam quase confirmadas no evento", segundo o virgula.com.br


- Quanto ao Creedence, será o original mesmo, Creedence Clearwater Revisited. Trata-se de uma reedição da banda. Confirmados pra 20/11, confira:
www.creedence-revisited.com

- Quanto ao Paul, há 3 anos estou esperando... Quem souber de alguma novidade pode mandar.

- Quanto ao Rush, como já foi postado anteriormente, é altamente recomendado. A turnê atual está alucinante, e o álbum novo é um retorno às origens, uma aula pra qualquer músico.
A agenda deles não marca até novembro no site, então temos que esperar.


Alguns dos shows já abriram a venda dos ingressos.
Para comprar seus ingressos, o recurso mais simples é o:
www.ticketmaster.com.br
Você compra pela net, e fica sempre atualizado. É um bom site pra se ter nos "favoritos".




Qualquer novidade, postaremos. 
Fiquem espertos!


Abraço,
Economusic.

5 de julho de 2010

bateria + (1 só braço)³ = Rick Allen

Rick Allen é baterista do Def Leppard, o que não seria motivo de post, se não fosse por ele ter apenas um braço.

Procurando material para falar de sua bateria, encontrei este vídeo onde o músico fala de seu Set:
Behind the scenes with Rick Allen

Aqui, ele fala da importância do cheiro pra ele entrar no clima, por isso os incensos.
Mas o curioso é a forma de se tocar bateria com um só braço. Observe o Set:


Ele tem pedais extras que comandam a bateria eletrônica, onde o pé esquerdo faz a função da mão esquerda...
São pedais bastante sensitivos, no vídeo você pode ver a demonstração do equipamento.

Ele tem ainda uma máquina de chimbal comum, com controle no pé, e mais 3 kits de chimbal fixo, cada um regulado com uma abertura diferente.
Pra fechar o pacote, ele solta samples com algum preenchimento que a música exija, como por exemplo duas mãos no chimbal (o que ele não poderá fazer sozinho, não podemos culpá-lo) ou alguma percussão.
E não esqueçamos do ventilador apontado para os pés. Deve ser imprescindível, pois tem até o nome dele escrito.


Você sabia?


Que Def Leppard, ou melhor, "Deaf Leopard" significa Leopardo Surdo?
A banda parou por 4 anos no final de 1984 devido ao acidente de carro de Rick Allen, onde ele perdeu o braço. Isso tirou a banda de vários compromissos importantíssimos, como o Rock in Rio.
Eles fizeram parte do New Wave of British Heavy Metal (Nova Onda do Heavy Metal Britânico), onde o estilo buscou nova vida diante do Punk e da Disco Music.

Escuta aí:

Metal oitentista é aquilo mesmo que você imagina. Escute se quiser.
Na música Let´s Get Rocked, você pode curtir o Rick já com um só braço.


Abraço,
Rodrigo Cravo.
EM

1 de julho de 2010

Fotos comentadas, COMPROVADO

Apenas confirmando o que foi dito no post anterior.
Lá vão:

Eis o Hendrix queimando a Stratocaster, e a latinha de fluido:


...e o Frusciante usando todos aqueles pedais, fazendo balé por mais de dois metros de botões:
(neste momento ele está usando o Wah Ibanez WH-10, e sabe Deus o que mais.)


...e pra confirmar, The Edge na pose com aquele Set! E uma Gretsch Country Gentleman.



Tudo comprovado, porque aqui não se fala sem provas;

Abraço,

Economusic!!!